
Mais uma vez, torresmo e pinga na saída do serviço.
E os cigarros que eu não deveria mais fumar — acendo um no outro,
que já que é pra foder de vez,
que seja em grande estilo. Pau no cu da morte.
Novamente sentindo a pança apertada dentro da camiseta,
a cueca samba-canção me assando as partes,
os pés prestes a explodirem dentro
dos sapatos — o dedo mindinho incomodando
a meia comprada no camelô.
Blues sai dos meus fones de ouvido,
blues sendo tocado por músicos de jazz;
nada da escala pentatônica sendo torturada por
um palhaço de cartola tentando convencer outro
de algo além de uma punheta meia bomba
tocada no braço da guitarra.
Enquanto você tiver um gosto musical descente, ainda existe uma chance.
John Coltrane, continue soprando, filho da puta.
Gilberto Sakurai – 02/04/2012